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Só para confirmar: 90% dos que estão assistindo aos jogos da Copa do Mundo são das classes A e B – a elite branca.
Foram eles que mandaram a presidente Dilma tomar naquele lugar, num episódio que envergonhou os brasileiros.
Os dados são do Datafolha e informam também que um estádio padrão Fifa é o pior lugar para encontrar negros. Eles são apenas 6%, contra 15% no total da nação brasileira. Os pardos também estão sub-representados – 24% no estádio contra 41% na realidade do censo.
É verdade que no Brasil há dois tipos de brancos. Os que descendem de europeus e os que embranqueceram ao ganhar dinheiro.
Mario Filho, em O Negro no Futebol Brasileiro, conta a história de Robson, ponta esquerda do Madureira, que assinou contrato com o Fluminense, clube elegante do Rio dos anos 1950. Um dia, conversando com o escritor, fez uma confidência:
-Sabe, seu Mario? No tempo que eu era preto…
O Flu virou “Pó de Arroz” porque, segundo a lenda, os escurinhos chamados para o time recorriam à caixinha de Royal Briar para clarear a pele.
O Chico da novela “Lado a Lado”, da Globo, reproduz a atitude do jogador Carlos Alberto que, em 1914, num partida contra o América, passou pó de arroz no rosto para estrear pelo Fluminense. Puro medo de ser vaiado pelos brancos da arquibancada. O jogo começou naquele calorão e o pó escorreu pelo rosto. Veio a vaia – pó de arroz! – e o apelido.
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