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O político vem aí de novo.
Político é aquele cara que conjuga o verbo mentir em todos os tempos e modos.
De quatro em quatro anos ele pega recurso com seu patrocinador, aluga carro de som, contrata marqueteiro e vai buscar votos.
A assessoria consegue para ele horário de entrevista na rádio. Garante foto no jornal. Ele cumpre pesada agenda. Vai à missa, bate cabeça no condomblé, dá testemunho, vai ao Jo, visita o sheik, homenageia o rabino. Faz perfil no feice, tuita, tira selfies, descobre o que é esse tal de whatsup, não esquece do Linkedin – quem lucra mesmo com essa fúria é o garoto convocado para fazer os posts.
Ele vai ser eleito de novo. Nos próximos anos prestará serviços ao empreiteiro, ou ao empresário de transporte coletivo, ou ao laboratório farmaceutico, ou ao banqueiro, ou ao dono de igreja, ao plano de saúde, à companhia telefônica.
Geralmente, político serve para isso – para intermediar pedidos de perdão de multas, fazer advogacia administrativa, organizar malfeitos variados.
Esse cara em Brasília é sinal de que fracassamos de novo. Elegemos um representante que trai a representação.
A mudança consiste em libertar o eleitor da obrigação de votar nesse político. Acabar com o voto obrigatório.
Votar é um direito das sociedades democráticas e direitos não podem ser compulsórios.
Eu exercito meu direito de votar ao escolher o melhor candidato para cada cargo eletivo. Ou ao não escolher, se não houver alguém que mereça o voto.
O voto obrigatório significa que não vivemos numa sociedade livre e democrática.
Eleição após eleição, vamos nos afundar cada vez mais em uma república de mentira, onde a coisa pública não é de todos, mas de um bando de espertos.