As flores do outono

.

ghghghg

O Juvevê (em tupi-guarani, “árvore espinhosa”) explode em cores.

.

Negro jardim onde violas soam
E o mal da vida em ecos se dispersa:
À toa uma canção envolve os ramos,
Como a estátua indecisa se reflete

No lago há longos anos habitado
Por peixes, não, matéria putrescível,
Mas por pálidas contas de colares
Que alguém vai desatando, olhos vazados

E mãos oferecidas e mecânicas,
De um vegetal segredo enfeitiçadas,
Enquanto outras visões se delineiam

E logo se enovelam: mascarada,
Que sei de sua essência (ou não a tem),
Jardim apenas, pétalas, presságio.

.
(Carlos Drummond de Andrade)

Esta entrada foi publicada em Sem categoria. Adicione o link permanente aos seus favoritos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *