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Há uns vinte anos, a imprensa começou a noticiar antecipadamente o resultado de grandes licitações. O jornalista Janio de Freitas usou para isso o truque de publicar os números da proposta vencedora entre os pequenos anúncios classificados.
Escândalo nacional. Descobriram que o baralho estava marcado.
O Congresso indignado aprovou a lei 8.666, que regulou o processo licitatório.
Agora, ante a divulgação de novos escândalos, prepara-se para votar uma nova lei.
A senadora Katia Abreu, autora, diz que a atual tem muitos furos e permite a manipulação de concorrências.
Em sua coluna, Janio de Freitas critica o projeto de lei. Com seus 180 artigos, observa, “expõe tal quantidade de pormenores e pretensas sutilezas que, no final, tende a proporcionar mais atalhos do que bloqueio.”
E conclui, com sabedoria: “Lei de Licitações não precisa de muita complicação. A rigor, bastaria que as licitações só fossem entregues aos cuidados de gente honesta. Mas aí já é pedir demais.”