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Capitão Phillips – Tom Hanks estrela um resgate difícil, uma metáfora fácil

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Não vi e já gostei de Capitão Phillips, em pre-estréia hoje e sabado.

Parece o filme certo para o momento, com o noticiário cheio de informações sobre sequestros e pedidos de resgate.

Reais ou metafóricos.

A grande maioria dos críticos americanos e ingleses concorda que o diretor Paul Greengrass’s (Supremacia Bourne) conseguiu fazer , com Capitão Phillips, estrelado por Tom Hanks e o novato Barkhad Abdi, um grande filme político, talvez o melhor de 2013.

O crítico Christopher Orr, da revista Atlantic, entusiasmou-se com o desempenho do ator principal: “Fazia tempo que Tom Hanks não se desafiava num nível tão elevado”.

Trata-se da saga de um navio cargueiro tomado por um bando de de piratas somalis.

A história é a de todos os sequestros – principalmente aqueles com pedidos de resgates absurdos. Exemplos atuais: a exigência do Partido Republicano ao governo de Barack Obama (que não foi atendida) ou a chantagem dos partidos da aliados, paga diariamente pelo governo de Dilma Rousseff.

Barkhad Abdi é uma revelação no papel de Muse, o lider dos piratas. Vinte anos atrás, quando Abdi era um garoto, sua família abandonou a Somália e conseguiu se instalar em Minneapolis.

Posted on 25th outubro 2013 in Sem categoria  •  No comments yet
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Machismo, assédio e oportunismo político

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metro zorra total Discutir assédio sexual dá boa audiência para humoristas como Paulo Silvino e políticos como Rogerio Campos.

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Este é o pais em que o Zorra Total tinha um quadro chamado Metrô Zorra Total e onde Paulo Maluf disse “estupre mas não mate”.

Depois de uma pausa obsequiosa, recomeça a discussão rebarbativa sobre machismo e feminismo.

Aqui em Curitiba, o vereador Rogério Campos, PSC, conseguiu parecer favorável da comissão de legislação da Câmara de Curitiba para o projeto que cria linhas de ônibus cor de rosa, exclusivos para mulheres.

Na remotíssima hipótese de ser aprovada, a proposta destina 20% da frota de ônibus, em horários de pico, ao transporte de mulheres.

Explicação do vereador: “Precisamos dar uma opção às mulheres que sofrem com o assédio nos ônibus.”

As feministas não concordam com isso. Diz Marilia Moschkovich, na Carta Capital: “além de não resolver nada e reforçar a heteronormatividade e o próprio machismo, os vagões exclusivos ainda fomentam uma outra forma de opressão de gênero.”

Como o projeto ainda deve passar pelas comissões de direitos humanos, segurança publica e serviço público, é pouco provável que seja votado este ano.

Posted on 23rd outubro 2013 in Sem categoria  •  No comments yet
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O engano

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impr . .

Leia o seguinte texto da Gazeta do Povo de hoje e diga se você concorda com ele:

“O conselheiro Acácio, impagável personagem de Machado de Assis em O Primo Basílio, notabilizava-se pela produção de frases pomposas e pensamentos óbvios revestidos de vernizes pseudointelectuais. Daí a palavra “acaciano” para designar tipos ou situações assemelhados. Bizantino é outro termo corrente para definir discussões inúteis – assim como o fizeram os bispos reunidos no Concílio de Bizâncio no século 7.º, que perderam anos na infrutífera tarefa de descobrir o sexo dos anjos.”

Concordou? Eu também concordei. Até que me baixou o espírito do Alvaro, o bom revisor português que trabalhou no Diario do Paraná.

-Não está vendo que há um erro? – Alvaro perguntou de algum lugar.

-Não. Que erro?

-Leia a citação.

Li.

-O que é que tem?

-O conselheiro Acacio não é personagem do Machado de Assis.

-Claro que não. É do Eça de Queiroz.

-Então? O que está escrito ai?

Que saco! Isso é serviço para revisor. O autor está preocupado com as coisas importantes que vai escrever lá na frente. Vai demonstrar, por exemplo, como é acaciano, inútil, rebarbativo, dizer que o pedágio está caro.

Eu proporia uma alternativa hamletiana para o problema – a questão é pagar ou não pagar.

Quem quiser pagar, vá para a esquerda, junto com a boiada – a turma que paga para não se incomodar.

Quem não quiser pagar, pode trocar seu imóvel em Caiobá, Matinhos ou Praia do Leste por outro em Santa Catarina, para onde o pedágio é barato.

Se for de briga, pode ajudar o Tribunal de Contas e o Ministério Público a descobrir obrigações contratuais descumpridas pela concessionaria.

Se for daqueles que defendem soluções de médio prazo para nossos problemas, deve esconder-se atrás do otimismo do professor Pangloss, (personagem de a) Moliere; b) Voltaire; c) Baudelaire) que achava que vivemos no melhor dos mundos onde tudo se resolverá naturalmente.

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P.S. – Não adianta procurar o engano na internet. O Alvaro da Gazeta finalmente deu-se conta da falha de revisão e corrigiu o problema.

Posted on 17th outubro 2013 in Sem categoria  •  No comments yet
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Na laibrari

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Há sete mil imóveis vazios na cidade de Curitiba.

Quem os comprará? O prêmio Nobel de Economia Robert Shiller acaba de advertir para a existência de uma bolha imobiliária no Brasil. Ela pode explodir após a Copa do Mundo.

Tornou-se patética a luta para passar o imóvel para frente antes da tragédia. Anos atrás, bastava dizer que o apartamento tinha três vagas de garagem. Pronto, negócio fechado. Hoje, com esse trânsito parado, vaga em garagem deixou de ser uma informação decisiva.

Também tem resultado duvidoso a notícia sobre a “piscina com deck solarium”. Acabo de ver na tela que nossa cidade ingressou em uma área de baixa pressão atmosférica, com instabilidade durante os próximos dias e chuvas moderadas a fortes acompanhadas de descargas atmosféricas.

Solarium para que, cara pálida?

Encontro a seguir outra oferta tentadora: um home fitness. Exclusivo? Claro que não, homem de condomínio. Aquelas duas bicicletas ergométricas são para todos os 30 moradores. Logo imagino meu vizinho gordo resfolegando sobre a bicicleta da esquerda (a da direita está quebrada há mais uma semana). Ele vai pedalar durante os próximos 60 minutos arf arf.

E por que tanto inglês?

Sábio era Noel Rosa, que escreveu: “Essa gente hoje em dia/Que tem a mania de exibição/ Não se lembra que o samba/ Não tem tradução no idioma inglês/ Tudo aquilo que o malandro pronuncia/ Com voz macia/ É brasileiro, já passou do português”.

Mas o construtor (ou será o redator do anúncio?) não resiste e informa que o apartamento já vem com pontos para instalação de home theater, isto é, de uma smart TV com tela de 55’.

Mais agradável seria voltar a falar em cineminha em casa, que combina com o engarrafamento lá fora. O termo surgiu na década de 60, quando o presidente Janio Quadros tomava porres pantagluélicos no cineminha do Palácio Alvorada. Há quem diga que foi numa sessão dessas, sob a ação dos espíritos, que decidiu tentar o fracassado golpe da renúncia.

É errado dizer que corretor de imóveis é fissurado em termos ingleses. Outro dia li a oferta de duas demi-suites com boudoir. Ia começar a pensar em lubricidades quando descobri que o boudoir do anúncio era apenas uma honesta pia para lavar o rosto enquanto outra pessoa ocupa o banheiro.

Não quero nem discutir a utilidade de oferecer uma pista de jogging na Ecoville, que fica ao lado do Parque do Barigui. Non sense. Importante é falar da library. O incorporador jura que o imóvel ostenta uma library, palavra ainda não digerida pelo grosso do povo. Mesmo os bacanas vacilam. Portanto, corre-se grave risco.

Imagino a empregada (maid?) informando a alguém que tocou o telefone.

-Pardon, madame, minha patroa está na laibrari.

-Onde?

-Na laibrari.

-Mas é a terceira vez que eu ligo.

-Pois é. Nas outras ela também estava fechada na laibrari.

-Que horror! Será que foi alguma coisa que ela comeu ontem aqui em casa?

Posted on 16th outubro 2013 in Sem categoria  •  No comments yet
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Mais Gravidade

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grav A curta aventura de Sandra Bullock e George Clooney deve ser incluida entre os clássicos da experimentação cinematográfica.

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Estava dando os trâmites por findos e procurando outro filme para olhar quando descobri a entusiasmada crítica de J. Hoberman (Guardian e New York Review of Books), que coloca “Gravidade” numa dimensão superior do universo dos filmes.

“Gravidade” – elogia – é filme de uma tradição que inclui “Intolerância”, de D.W. Griffith, “Napoleão”, de Abel Gance, “Olímpia”, de Leni Riefenstahl, “Os Pássaros”, de Alfred Hitchcock, assim como seu mais óbvio precursor “2001”, de Stanley Kubrick.”

Um filme para ver duas vezes. Prestar atenção no modo como foi editado. Entender como aquele roteiro mínimo resultou num produto de tanta qualidade. E sobretudo não acreditar que é bom graças ao 3-D, um recurso perigoso nas mãos de diretores menos comprometidos com objetivo artístico.

Não custa lembrar que o 3-D foi moda no velho Cine Avenida da antiga Avenida João Pessoa. Antes disso, era popular como um brinquedo de sala de visitas. J. Hoberman informa ainda que Edwin Porter, assistente do pioneiro do cinema Thomas Alva Edison, desenvolveu um sistema 3-D rudimentar baseado na superposição de imagens verdes e laranja.

Posted on 16th outubro 2013 in Sem categoria  •  No comments yet
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A beleza do silêncio

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gravidade O maior filme pequeno, ou um pequeno grande filme?

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No início do cinema falado, em 1926, uma produtora americana, a Warner, ficou feliz porque a novidade a salvou da falência; mas grandes atores e diretores não gostaram ou encararam com ceticismo a nova tecnologia.

Charles Chaplin foi um deles. “Os talkies? Podem escrever que eu os detestei. Eles vão acabar com a arte mais antiga do mundo, a pantomima. Eles aniquilam a grande beleza do silêncio.”

A informação está em “A Linguagem Cinematográfica”, de Marcel Martin, (Ed. Brasiliense, 2011. pag. 127). O autor valoriza o silêncio “como símbolo de morte, ausência, perigo, angústia ou solidão”.

Essas qualidades do silêncio estão mais do que demonstradas do assustador thriller espacial Gravidade, (1h31min), de Alfonso Cuarón. O crítico David Denby, da Newyorker, observa que a trilha sonora de Steven Price tem, em determinados momentos, um volume agressivo para os ouvidos que é seguido por súbito e intolerável silêncio.

“Não é um filme de idéias, como “2001”, a obra prima tecnomística de Kubrick. Antes é uma extraordinária experiência física – um desafio aos sentidos que envolve todo tipo de horror. Há grande prazer nele, também. O filme é uma história de aventura onde cada movimento desajeitado dos corpos e das massas em órbita alarma e surpreende”.

Chrystopher Orr, da Atlantic, elogia “a espetacular simplicidade de “Gravidade” e pergunta: “É o menor grande filme dos últimos tempos? Ou o maior filminho?”

Quem for ao cinema verá que a história interpretada por Sandra Bullock e George Clooney tem tudo que o crítico Martin mencionou – morte, medo, perigo, angústia e solidão.

E é linda.

Posted on 15th outubro 2013 in Sem categoria  •  No comments yet
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Quem tem medo da bolha imobiliária?

robert shiller Depois da Copa chegará a hora da verdade para os especuladores de imóveis.

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Robert Shiller, da Universidade de Yale, Estados Unidos, prêmio Nobel de Economia em 2013, advertiu para a existência de uma bolha imobiliária no Brasil.

“Os imóveis mais que dobraram de preço no Rio de Janeiro e em São Paulo nos últimos cinco anos [segundo números da pesquisa FipeZAP]. O que aconteceu em cinco anos de tão dramático para os preços subirem assim? A inflação não foi muito menor? Os preços caíram 25% em Los Angeles e Nova York no mesmo período. E por que os preços no Brasil foram para cima ininterruptamente?”, disse Shiller.

Posted on 14th outubro 2013 in Sem categoria  •  No comments yet
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A bactéria está na mesa

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surto Frango barato e perigoso. Há um surto de salmonela em 18 estados americanos. .
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Quem for aos Estados Unidos nos próximos dias precisa ficar esperto com a comida.

O repórter Ron Nixon, do New York Times, assina matéria advertindo: o fechamento de repartições do governo transforma cada refeição num ato temerário. Todas as inspeções sanitárias foram suspensas, exceto as de carne e frango.

Os centros de controle e prevenção de doenças esta convocando os funcionários em licença para enfrentar um surto de salmonela, ligado à carne de frango, que afetou centenas de pessoas em 18 estados.

Com os serviços públicos fechados, ninguém sabe dizer se frutas, vegetais, laticínios à venda nos supermercados e restaurantes podem ser consumidos com segurança.

Posted on 13th outubro 2013 in Sem categoria  •  No comments yet