Presentes de Natal (ainda dá tempo)
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Uma pincelada do Candinho – imaginem! – vale um monte de dinheiro.
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O quadro acima é Lavadeiras, de Candido Portinari, de 1945.
Ao apresentá-lo a um grupo de amigos durante jantar em sua casa no Cosme Velho, o pintor revelou: estava rico é era explorado de maneira quase indecente pela família, que morava em Brodowski, no interior de São Paulo.
O pai, contou Candinho, chamou um trabalhador para um serviço de reparos na casa. “Quanto você vai cobrar?” -“Centro e cinquenta mil réis”. -“Não faça isso. Cobre mais. Meu filho é rico. Com uma pincelada ganha um montão de dinheiro.”
Os convivas eram Djanira e Milton Dacosta, um funcionário do Banco do Brasil não nominado, Marques Rebelo e Elza, o escritor espanhol Francisco Ayala, além do casal Drummond.
Rebelo lembrou o irmão de Portinari, que, vindo ao Rio, comeu de uma só vez dezoito maçãs importadas. “Ele pensa que é feijão”, justificou o pintor.
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A vida era risonha para o poeta Drummond, que tinha bom emprego no ministério da Educação, recém instalado no prédio modernista construído por Lucio Costa e Oscar Niemeyer, a pedido de Gustavo Capanema.
Tinha uma sala no décimo andar e da janela contemplava a baia da Guanabara.
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O diário de Drummond, chamado O Observador no Escritório, foi editado em 2020 pela Cia das Letras no formato esbelto de 14 por 21 cm. Comprei pela internet e recebi em dois dias. Sou absolutamente contra a privatização dos correios.
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