A fila da vacina
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Está pronta. Tome sua vacina e corra para o abraço.
1) Um anúncio eletrizou a cidade: o anúncio da abertura da fila para interessados na vacina anti-Covid 19 da Pfizer.
O aviso saiu ontem de manhã de uma clínica situada na rua Roberto Barroso, circulou por várias redes sociais, bateu no café da Boca Maldita e dali seguiu para pelo menos uma redação.
Deu em nada – e explico o motivo.
2) Às 14h, uma estudante de medicina telefonou para a clínica e fez a pergunta inconveniente:
-Vocês têm capacidade frigorífica?
-Capacidade frigorífica? – a atendente não entendeu.
-É isso. Tem que manter a vacina da Pfizer a menos 70 graus. Vocês conseguem?
A moça explicou que só estava abrindo inscrições. A vacina vinha depois, junto com a tal capacidade frigorífica.
-É vigarice – diagnosticou a estudante.
E avisou a mãe, que comunicou às amigas do grupo de whattsup, que contaram aos maridos, filhos e namorados.
3) Mas não dá, apesar das aparências, para carimbar o ocorrido de vigarice. Talvez o dono da clínica não seja um malandro. E se ele estivesse apenas prospectando o mercado?
É isso. Curitiba está povoada de novos empreendedores. Eles aprenderam que o negócio de sucesso começa antes de existir. Mais: que a trajetória é mais importante que o destino. E que nenhuma lagarta se transforma em borboleta sem uma metamorfose.
E finalmente que Shakespeare explicou ao amigo que aconselhava prudência: “Não perco o bem por receio de o buscar”.
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