Cassaram mais um
Há 12 anos, Barbosa Neto era locutor oficial dos comícios de Belinati.
Em doze anos Londrina cassou dois prefeitos, o Barbosa Neto e o Antonio Belinati, mandou vereadores embora, limpou a casa.
E vai ter que continuar fazendo isso. Em um país democrático, a limpeza não termina nunca.
O historiador Edward Gibbon ensinou isso – a corrupção é o sintoma mais infalível da liberdade constitucional.
Barbosa Neto perdeu o cargo porque colocou seguranças contratados pela prefeitura para cuidar da emissora de rádio da família.
Diz o meu amigo da esquina:
-Que maravilha essa Câmara Municipal que responde ao clamor das ruas e derruba o prefeito.
Não se iluda, amigo. Vereador é tudo a mesma coisa – com exceção daqueles que não são bem a mesma coisa. A diferença, em Londrina, é que eles sentem o eleitor mais próximo.
Há muitas entidades fazendo a mediação campo entre o povo e os vereadores. Associações, comitês, grupos de igrejas permanecem ativos.
Como tudo acontece agora, na véspera da eleição, não custa lembrar que o grande remédio constitucional contra a corrupção é o voto.
Curitiba usa mal seu voto. Se um instituto fizer hoje uma pesquisa sobre o voto passado, mostrará que poucos eleitores – uns 30% – lembram em quem votaram em 2008.
Mal fiscalizada, a Câmara de Curitiba virou redoma. Gaiola de ouro. Desaprendeu seu trabalho. Uma prova é o anúncio que está nas rádios (tem um dinheirinho nisso ou é de graça?) pedindo sugestões para projeto de lei.
O curitibano ainda vai aprender a reclamar. A investigar.
Um dia a gente deixa de ser bobo, para de invejar Londrina e a cidade vira a maior produtora de desconfiômetros do Brasil.
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