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A nação indignada ainda precisa perder tempo com o escândalo da Serasa, que se apossou da base de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde constam os nomes de 141 milhões de brasileiros. Precisa mesmo?

ref pol A campanha está na rua.

 

Evidente que não. Basta revogar a obrigatoriedade do voto.

Nunca mais brasileiros de bem farao filas nos Tribunais Regionais Eleitorais para atualizar dados, corrigir o nome do pai, tirar fotografias, deixar as impressao digital.

No dia da eleição, todo mundo pode ir para a praia.

A menos que conheça um candidato bem intencionado e decida votar nele.

O voto obrigatório instalou no Brasil o maior curral eleitoral do mundo. Somos 141 milhoes de otários. Nenhuma das grandes democracias – dos Estados Unidos ao Japao, passando pela Alemanha, França e Canada – obriga seus cidadãos a votar.

Do outro lado estáo países do terceiro mundo, principalmente os da America Latina. Aqui os eleitores são obrigados a votar para não sofrer multa três a dez por cento sobre o salário mínimo da região. Para não perder o direito de participar de concurso público. Para preservar o direito à carteira de identidade. Para ter um passaporte. Para poder contratar empréstimo com a Caixa Economica Federal. Para receber vencimento do emprego publico. Para poder renovar matricula em universidades e escolas mantidas do governo.

Tangidos por esse cabresto constitucional, os brasileiros votam nos picaretas, malfeitores e vagabundos, que formam maiorias nas camaras de vereadores, assembleias e congresso nacional.

Sera imortalizado como grande herói nacional o brasileiro que acabar com o voto obrigatório.

Posted on 8th agosto 2013 in Sem categoria  •  No comments yet
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Jornalismo pós-industrial – notícia barata, feita pelo cidadão-jornalista

novas ferramentas Novas ferramentas de trabalho para um novo tempo.

 

 

Não é conveniente perder tempo com a discussão sobre o futuro da indústria da mídia. Principalmente porque a mídia não é mais uma indústria.

Há indústria quando várias empresas caracterizam-se pela similaridade de métodos e outras organizações fora do grupo não conseguem apresentar um produto competitivo. Essa condição existia e não existe mais no ecossistema pós-industrial.

Esta é a primeira e principal conclusão dos autores C.W. Anderson, Emily Bell e Clay Shirky, convocados pelo Tow Center for Digital Journalism, da Escola de Jornalismo da Universidade de Columbia, para expor a nova realidade das mídias.

Eles iniciam o relatório de 126 páginas lembrando a famosa definição de Lord Northcliff (Alfred Harmsworth (18651922), jornalista e empresário inglês, fundador do Daily Mail e do Daily Mirror): “Notícia é aquela informação que alguém em algum lugar não quer ver publicada. O resto é publicidade.”

No mundo de Lord Northcliff o discurso público era escasso – falo de um periodo que começou com Gutemberg e terminou há pouco. Jornalistas eram profissionais contratados por publishers e os publishers formavam um seleto grupo que com acesso aos meios para fazer o discurso público.

Agora, vivemos a era da Big Data, do smartphone barato, da banda larga. Até onde se pode olhar o futuro, jornalista passa a ser um artesão entre muitos, que apura e publica o fato com facilidade – mesmo que alguém em algum lugar não queira vê-lo divulgado.

O problema discutido pelos autores é complicado: a notícia virou negócio de todo o mundo, desmonetizou-se; o mundo multifacetado de cidadãos-jornalistas, de populações superalimentada pela notícis-commodity. Onde ficam as organizações jornalísticas tradicionais? Como vão se financiar, se a publicidade chega cada vez mais escassa pela concorrência da internet?

Onde acharão novos tipos de anunciante para este novo modelo de jornalismo em rede? Os leitores concordarão em pagar para saber aquilo que está nos sites, blogs, facebook e twitter? Surgirão generosos doadores? O Estado criará subsídios e os distribuirá equitativamente? Caso contrário, chau, democracia.

Dá um trabalhinho, mas Post-Industrial Journalism vale a leitura.

Posted on 7th agosto 2013 in Sem categoria  •  No comments yet
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A mídia de massa dá lugar à massa da mídia (de Pablo Capilé, entrevistado no Roda Viva)

Roda Viva segunda feira Grande entrevista do Midia Ninja na despedida de Mario Sergio Conti.

 

Bruno Torturra e o produtor cultural Pablo Capilé, idealizadores do grupo Mídia Ninja, foram os entrevistados do Roda Viva da TV Cultura. Foi um programa notável pela qualidade do debate sobre as novas mídias, o financiamento do jornalismo alternativo, a imprensa atual e seu futuro. Clique e dê uma olhada.

O programa foi o último de Mario Sergio Conti, um craque para pautar os entrevistados. Parece que o governo paulista, que mantém a Fundação Padre Anchieta, não gostou das pautas. Para não sentir falta do Mario Sergio, dê uma olhada na última Piaui, Ele resenhou a biografia de José Dirceu (Dirceu – A Biografia (2013), Editora Record, 343 páginas, de autoria de Otávio Cabral),

“Uma invencionice delirante”. Conti aponta uma dezena de erros nas seis primeiras páginas do livro. Como a informação de que a prisão de Dirceu, em 1968, foi “transmitida em rede nacional de televisão”, embora na época o Brasil não tivesse rede nacional de tevê.

Conti é um pesquisador acurado. Só duvida disso quem não leu Notícias do Planalto, a Imprensa e Fernando Collor (Companhia Das Letras, 1999,  719 pag), seu livro sobre o ex-presidente, apresentado nas escolas de jornalismo como modelo de investigação sobre história contemporânea.

Foram checadas informações sobre uma visita que é descrita em detalhes no livro: a viagem de “uma comitiva liderada por Lula e José Dirceu” ao Haiti. Fala que os dois foram ao Estádio Nacional “num caminhão de bombeiros, junto com astros do futebol brasileiro como Roberto Carlos Ronaldinho Gaucho e Ronaldo Fenômeno. Dirceu tirou fotos com todos antes de entrar no veículo”. Conta que “às quatro da tarde o Hino Brasileiro foi tocado e Dirceu chorou”.

No segundo tempo, o goleiro Fernando Henrique substituiu o titular e, prossegue Cabral, “assim que viu o homônimo do ex-presidente entrando em campo, Dirceu virou-se para Kaday (Antonio Carlos de Almeida Castro, advogado) e ironizou: “Bem que esse Fernando Henrique podia tomar um gol. Ai a festa vai ser perfeita.”

A verdade descoberta por Mario Sergio Conti: Dirceu não foi ao Haiti. Não estava no Estadio Nacional. Não tirou fotografias com jogadores. Não apareceu no documentário sobre a partida, O Dia em que o Brasil Esteve Aqui, com mais de uma hora de duração. Comentário final de Conti sobre o livro: “Pode-se perguntar a Lula, a Ricardo Teixeira, a Kakay, aos jogadores, às pessoas da comitiva, a todos que lá estiveram, se José Dirceu compareceu. E eles diriam: não. José Dirceu não foi ao Haiti. Em vez de trabalhar, Otávio Cabral preferiu a invencionice delirante”.

 

conti Mario Sergio Conti no seu último Roda Viva

 

Posted on 7th agosto 2013 in Sem categoria  •  No comments yet
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Maratona ciclística

começou As bicicletas começaram a tomar conta de Londres hoje de manhã. Domingo é a Maratona de 190 quilômetros.

 

 

Uma elite eclética de ciclista, do prefeito de Londres Boris Johnson a campeões olímpicos, participam do RideLondon – um evento que tomou conta da capital neste fim de semana.

 

Não é só um momento. É o início da transição entre a cidade do automóvel e a nação de bicicleta.

 

A festa londrina vai durar dois dias. Amanhã, domingo, tem o Clássico Londres-Surrey. 140 milhas, uns 190 quilômetros. Pelas contas dos organizadores, teremos 20 mil participantes. É a maratona da Londres sobre duas rodas.

Posted on 4th agosto 2013 in Sem categoria  •  No comments yet
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A experiência política brasileira mostra que dois partidos só concordam em alguma coisa quando têm certeza que o povo vai pagar a conta

ed e aecio Vamos combinar?

 

 

Não há candidatos oficiais à presidência da República. Essa proibição da lei eleitoral não impediu entretanto que Aécio Neves e Eduardo Campos fizessem um pré-acordo eleitoral. Os dois vão disputar a eleição do ano que vem convencidos de que o segundo turno é inevitável. Então, ficou combinado: aquele que não for ao segundo turno apoiará o outro.

O resto se acerta na hora de escalar o ministério.

Posted on 28th julho 2013 in Sem categoria  •  No comments yet
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Com o Ibope-CNI Beto ficou mais perto da reeleição. E talvez da vice-presidência

richa E tem também a vaga do Michel Temer

 

Diante da imensidão da numeros espalhados pelas 54 páginas do relatório da Pesquisa CNI-Ibope qualquer um se sente, ao mesmo tempo, vasto e árido. Os dados daqui para a frente serão manipulados de muitas maneiras, por marqueteiros, politicólogos e aproveitadores deste vasto deserto da ignorância humana. Apesar disso, algumas conclusões são inevitáveis.

A primeiro: quem sonha ganhar a eleição estadual do ano que vem deve prestar atenção ao Planalto. A pesquisa mostra que, no ano que vem, o eleitor vai votar de olho no desempenho do governo federal, que anda mal. A eleição para presidente vai puxar as outras.

Assim, quanto mais próximo o candidato estiver da presidente Dilma, maior o perigo. A impopularidade é infecciosa. Ruim para a Gleisi Hoffmann, que deve pensar rápido num jeito de descolar da presidente. Ou desistir da candidatura, se o governo federal continuar com essa imagem de ineficiência.

Ao contrário, quem fizer oposição leva vantagem. Governadores mais populares são os dos estados de Pernambuco, Paraná, Ceará e Minas Gerais. De Pernambuco e Minas saem dois netos: Eduardo Campos, neto do mítico Miguel Arraes, e Aecio Neves, herdeiro do avô Tancredo. Como fortes candidatos à presidência da República já negociam a troca de apoios. Quem for para o segundo turno será endossado pelo outro.

Neste momento, alguém pode estar soprando no ouvido de Beto Richa que há duas vagas de vice-presidente aguardando candidatos. Resta saber se o Brasil ainda é a terra em que os vices têm chance de assumir por impeachment, renúncia ou morte do titular.

Isso não quer dizer que o marqueteiro de Gleisi estará desarmado. Ao contrário. 72% dos paranaenses acham que Beto usa mal o dinheiro público. É ruim, embora não seja tão ruim quanto  a média de avaliação dos governadores, de 82%.

Beto Richa é avaliado positivamente pelo desenvolvimento do estado e não perde pontos com saúde, segurança e educação, que são vistos como problemas do governo federal. No caso da segurança, vale fazer uma nova pesquisa e verificar o tamanho do estrago causado pelos fracassos das policias civil e militar na resolução de crimes. Até hoje a polícia não tem a menor idéia de quem matou a menina Raquel e largou o corpo na Rodoviária. Nem sabe explicar porque matou um brigadeano em desastrada incursão ao Rio Grande do Sul. Tampouco encontrou a pista do assassino da adolescente Tayná, notícia que já chegou à CNN e outros veículos internacionais.

De qualquer forma, a reeleição do governador é a melhor aposta para 2014. Com a ressalva de que eleição a gente ganha (ou perde) nos últimos 15 dias.

 

 

Posted on 26th julho 2013 in Sem categoria  •  No comments yet
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A completa verdade sobre o milagre do Mineirão e o desastre do Couto Pereira

tanque “Tanque” Ferreira e Vitor

 

 

Andam dizendo que o Atletico Mineiro ganhou a Libertadores porque, após a expulsão de Manzur, ficaram 12 contra 10.

Mentira. Ficaram 13 contra dez.

No time do Atlético jogavam, além dos onze, a torcida Camisa 12 e um anjo da guarda que voou de Santa Felicidade para BH provavelmente junto com as filhas de Cuca, Mayara e Natasha  e com a irmã Kelly Stival.

Não foi um serviço fácil, mesmo para um anjo experiente. O momento mais difícil, inesquecível! todos viram na TV. O tempo regulamentar terminava. Aos 37 do segundo tempo, o centro-avante  “Tanque” Ferreyra  driblou o zagueiro, driblou o goleiro Vitor e ia fazer o gol. Antes do tiro fatal o goleador argentino escorregou e caiu.

Milagre no Mineirão! Centro-avante vai ao chão com o gol escancarado diante dele! Esse cara é muito ruim! disse a imprensa de Assunção.

Eis a verdade: “Tanque” Ferreira não caiu sozinho. É um craque com muito equilíbrio. Foi ao chão porque levou uma rasteira do anjo do Cuca. Aqui entre nós, a mesma fatalidade aconteceu numa famosa final entre Iguaçu e Trieste, no campo do Iguaçu, Cuca era o técnico. Centro-avante livre com o goleiro, vai chutar, estatela-se no gramado – um sarrafo vindo ninguém nunca soube de onde.

Tem gente comentando que o anjo da guarda de Cuca também trabalhou naquele empate de um a um entre Coritiba e Fluminense, em 2009, que salvou o Flu e levou o Coxa para a Segundona. Intriga. O anjo não se meteu. Nem precisava. Ele ficou só observando o Carlinhos Paraiba perder um gol mais que feito e os jogadores se desesperarem. (Depois do jogo, Carlinhos Paraiba foi agredido por torcedores). Naquele ano o lider da equipe era Marcelinho Paraiba, um cara gabola e pagodeiro.

O Cuca é um italianinho de alma pura, homem de bem, abençoado por Deus, amigo dos anjos.

 

Em tempo: não há relação de causa e efeito entre a derrota  do Olimpia e o desaforo que o presidente eleito do Paraguai fez com Dilma Rousseff. A presidente do Brasil convidou gentilmente seu colega paraguaio para assistir à missa que o Papa Francisco oficiará domingo no Rio de Janeiro.

Horacio Cartes – que pretende transformar o Brasil de credor em devedor do Paraguai – disse não.

Posted on 25th julho 2013 in Sem categoria  •  No comments yet
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Deu no New York Times

telefone Lá custa metade.

 

Um morador de São Paulo trabalha em média 106 horas para comprar um iPhone, enquanto outro em Bruxelas trabalha 54 horas para adquirir o mesmo produto. A pesquisa é do banco de investimentos UBS e foi citada no New York Times de hoje como uma prova de que o governo brasileiro vai mal. Para comer um BigMac, informa o NYT, o brasileiro tem que trabalhar 39 minutos, comparados com 11 minutos para um morador de Chicago.

O Brasil está de um jeito que nem a distribuição da neve foi justa. Os moradores de Santa Candida, Boqueirão e do Campo Comprido receberam neve durante pelo menos 15 minutos. Nós do Juvevê, nada!

 

Posted on 23rd julho 2013 in Sem categoria  •  No comments yet
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O tira que não sabia torturar e o caso Tayná

inspetor Inspetor Maigret, não-violência é só ficção?

 

 

Deu na Gazeta do Povo do dia 2 de julho:

Declarações de uma perita que investiga o caso do assassinado da jovem Tayná Adriane da Silva, de 14 anos, encontrada morta na última terça-feira (25) em Colombo, na região metropolitana de Curitiba, coloca em dúvida as conclusões iniciais da polícia sobre o crime.

De acordo com Jussara Joeckel, do Instituto de Criminalística, a adolescente pode não ter sido violentada, pois não havia sinais de violência ou luta, comuns em caso de resistência aparente. As investigações iniciais apontavam que Tayná teria sido estuprada, morta e possivelmente o corpo dela teria sido vilipendiado (quando se pratica sexo com o corpo da vítima) após ter sido abandonado em um terreno.”

Novos exames mostraram que o DNA dos quatro acusados não combinava com o semem encontrado na roupa da vítima. Mas eles tinham confessado o crime. Por que? Foram torturados. Um mico para a Secretaria de Segurança do Paraná. Policiais foram presos, dois delegados afastados.

Agora a polícia está no ponto zero. Como no dia em que o corpo foi encontrado. E há gente condenando o sistema de investigação inquisitorial adotado no Brasil. E perguntando se é melhor fazer como o resto do mundo, onde as investigações são conduzidas por promotores ou juízes de instrução.

Em 75 romances e dezenas de contos, o inspetor Jules Maigret, da Polícia Judiciária de Paris, desvendou muitos assassinatos e nunca torturou alguém. Nos livros escritos por Georges Simenon, o inspetor confessa que teve acessos de preguiça devido ao calor do verão, exagerou no conhaque, irritou-se com exigências burocráticas, tolerou manias de velhos magistrados. Mas passou ao lado de ferramentas policiais clássicas como o barril do afogamento, a palmatória, os sacos de plástico para asfixia e o gerador de choque elétrico.

O Inspetor Maigret tinha um gênio pacífico e o inquérito policial, na França, é feito em conjunto por policiais e magistrados. Desde a descoberta do cadáver um juiz de instrução está presente. Fornece mandados de prisão, autorizações para grampear telefones, mandados de busca.

Há um duplo benefício. Primeiro, evita que os policiais cedam à tentação de atalhos fornecidos pelos métodos de interrogatório violentos. Segundo, permite que a investigação policial avance junto com a instrução do processo.

No Brasil era assim, de acordo com o Código de Processo Penal de 1832, que organizou a justiça a partir de juízes de paz, que atuavam na instrução, e jurados, que avaliavam a prova e julgavam se o reu era culpado ou inocente.

 

Posted on 22nd julho 2013 in Sem categoria  •  No comments yet
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A polícia está cada vez mais moderna

policia cientifica Não se admitem mais métodos antiquados de investigação. Este moderno gerador é leve, fornece uma corrente de até 1A, tem manivela plástica de 75mm; sistema de fixação através de rosca M6 para haste metálica. É pequeno, só 155x45x45mm.

 

(Cena 1 – Gabinete do delegado. Retrato do governador na parede. Flâmula da Polícia Científica sobre a mesa. Jornalista com bloco de notas chega apressado.)

 

-Descobriu o assassino?

-Estou trabalhando.

-E não conseguiu nada?

-Já disse que estou trabalhando, porra!

-Conseguiu o quê?

-Quatro já confessaram. Tô falando pra você como amigo.

-E agora?

-Agora falta descobrir quem está dizendo a verdade.

Este foi o diálogo verdadeiro, franco e leal entre um jornalista dos anos 60 e sua fonte, um delegado de polícia muito respeitado. Era um profissional competente. Desprezava métodos antiquados de trabalho. Enquanto outros recorriam ao pau-de-arara, ao telefone, ao afogamento, ele comprou com o próprio dinheiro um gerador portátil de eletricidade. Grudava um polo no escroto do suspeito e o outro na orelha. E começava a girar a manivela lentamente, só para provocar uma coceirinha nas partes.

 

 

(Porão da delegacia. Instrumentos de interrogatório – palmatória, pau-de-arara etc – espalhados pelo ambiente. Delegado e suspeito conversam.)

 

-Meu filho, você conhecia a vítima?

-Não, doutor.

Ele acelerava a manivela.

-Ai! Pare, DOUTOR!

-Desculpe. Meu braço gira de nervoso cada vez que ouço uma mentira. Olha, vou perguntar de novo. Você conhecia a vítima, meu filho?

-Conhecia, doutor.

O interrogatório seguia assim até que o doutor ouvir a confissão do crime. Como a polícia técnica não tinha recursos, uma porção de gente foi para a penitenciária pagar crimes que não cometeu. Quem escapou, tinha dinheiro para remunerar a retórica estridente do doutor Mario Jorge, o melhor causídico da época, junto com o doutor Salvador De Maio.

Depois de anos sem notícia de desses, ahn…, interrogatórios informais, vemos hoje a notícia dos quatro funcionários de um parquinho de diversões de Colombo que confessaram o estupro e assassinato de uma menor. Foram salvos por um exame de DNA. O laboratório provou que o esperma na roupa da vítima não era de nenhum deles. A polícia reconhece que houve erro.

Será que algum doutor herdou o gerador portátil do colega dos anos 60?

Posted on 9th julho 2013 in Sem categoria  •  No comments yet